Cláudia Menhdes participa de reportagem, realizada por Patrícia Dumont, para o Jornal Hoje em Dia, sobre o Programa Sebrae de Artesanato (PSA). Confira abaixo um trecho da reportagem publicada no dia 29/06/2009.
Cerrado ecológico
Artesãs usam resíduos diversos e criam peças que recuperam a cultura regional
Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a fusão de duas ideias deu origem à uma prática artesanal diferente e interessante: a utilização de resíduos da indústria têxtil e de materiais como jornais e embalagens recicláveis na produção de peças artesanais, mostrando que é possível produzir bem e de maneira sustentável. Beneficiando-se dos resíduos produzidos por confecções e de outros materiais igualmente recicláveis, o grupo Força do Cerrado, formado por 33 artesãos capacitados pelo Programa Sebrae de Artesanato (PSA), iniciou, há nove meses, a produção de peças feitas a partir de sobras que antes iam para o lixo. “Os produtos utilizados vão desde retalhos de tecidos e sobras de couro até caixinhas de leite e jornais velhos”, explica a analista do Sebrae-MG em Uberlândia Fabiana Queiroz.
A parceria entre a unidade do Sebrae e um grupos de artesãos interessados em modificar
o modo de produção, deu origem ao artesanato consciente e ecologicamente correto. As peças produzidas são inspiradas nas cores fortes e nos traços sinuosos da vegetação do Cerrado, como forma de resgatar a cultura local. As atividades oferecidas pelo programa, que atende a diversas cidades do Estado, incluem todas as etapas de produção e vão desde a utilização de técnicas e matérias-primas à apresentação do produto ao consumidor. “A intenção é capacitar o artesão para uma atividade completa, aperfeiçoando o ofício e agregando valor ao trabalho”, diz
Fabiana. De acordo com ela, o programa tem como objetivo transformar o comportamento do artesão, despertando uma nova consciência e resgatando a identidade cultural da região, além de promover parcerias com empresas e reforçar a participação do setor na produção local.
Artesã há dez anos, dois deles trabalhados com materiais recicláveis, Cláudia Menhdes, 39 anos, buscou no PSA o que faltava para enriquecer seu trabalho.“Depois de aperfeiçoar meu trabalho, tive um reconhecimento maior e pude vender minhas peças para outras cidades, além de abrir a minha própria empresa. Tudo o que aprendo no Sebrae coloco em prática em minhas bijuterias e acessórios, que ganham ainda mais criatividade e são cada vez mais valorizados”,
comemora. Cláudia trabalha com todos os tipos de resíduos da indústria têxtil, que são doados a ela por três confecções da cidade. Somente o material de aviamento, como agulhas e botões, é comprado. Trabalhando cerca de 7 horas por dia, com a ajuda de mais três profissionais, a artesão consegue uma renda média mensal de R$1.000. As peças produzidas pela artesã são vendidas em Uberlândia e região e em Goiás e Paraná e pode ser vistos no: http://claudiamenhdes. blogspot.com.
Fonte: Patrícia Dumont, para o Hoje em Dia
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